OUTONOS, 2020

Acrílica sobre tela, 34x55cm.

               “O outono traz as sombras de uma cegueira mental, um preceito do frio do inverno, um preceito de um ponto de inércia, o início da queda, a queda dos deuses, os anjos caídos, as folhas caídas, as mentes postas para dormir. O outono mental é a lobotomia, é a anestesia da mente, das vozes, dos gritos, da loucura criativa que livra a mente. É a renúncia do próprio pensamento e dos estados alterados que se pode entrar. No outono as folhas caem, é um momento onde há uma contração e um recolhimento mental, onde te coloca num estado de dormência, onde te põe imerso em uma ideia ilusória de realidade, e te faz achar que a realidade é física e a única que há, e que não há outras formas de percebê-la e entrar em portais para novas realidades. No outono as folhas caem...” – Lalo.
          Nessa obra, pego referência na lobotomia, prática médica que era usada décadas atrás. Da mesma forma que ela atingia o cérebro e afetava-o com lesões diretas para retardar seu raciocínio ou desempenho, hoje “lobotomias” são aplicadas de forma mental no mundo inteiro. Essas lobotomias simbólicas retardam ou anulam a consciência de ter o raciocínio próprio sobre si mesmo e sobre o cosmo. Levam a mente à acreditar nas coisas e não à procurar entendê-las e questioná-las e assim, lobotomizados, anestesiados e adormecidos se tornam parte de uma manada.



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OUTONOS, 2020.