Pareidolias, é a primeira obra do projeto delírio, nela é apresentada uma série de calcogravuras. A obra final é a série completa das 12 gravuras em metal, dispostas da maneira que estão apresentadas, e procura provocar o mesmo fenômeno pela qual foi nomeada. São distorções da percepção que foram inspiradas num teste psicológico que induz esse fenômeno, o teste de Rorschach (é o teste em que um profissional da saúde mental mostra determinadas imagens ou borrões para um paciente e pergunta o que ele consegue ver). Partindo da ideia de que um delírio é uma distorção irrefutável na percepção da realidade de um indivíduo, o objetivo da obra é causar também uma espécie de distorção na percepção do espectador por meio desse fenômeno. A série de gravuras além de obra, funciona como um canal para isso. Inúmeros significados e interpretações intrínsecos próprios de cada espectador.

           Não há uma interpretação certa ou errada da obra, a riqueza está nas inúmeras distorções de percepção que cada um que a contempla pode possuir. Quanto mais percepções alternativas mais interpretações, trata-se de olhar para essas imagens abstratas e dizer o que você vê, mesmo que elas continuem sendo o que são, imagens abstratas. A intenção é justamente essa, provocar uma distorção na percepção do espectador. Pode-se dizer que a obra não está completa apenas em sua parte física (a série de 12 gravuras em metal dispostas numa moldura) mas também em sua parte psíquica dentro da mente de cada um que a percebe conforme sua própria distorção. Esta obra foi o meu trabalho final do curso de artes e também a primeira obra do projeto delírio.

Texto base

PAREIDOLIAS, 2017

Água-forte e Ponta-seca em cobre. Impressos em papel de algodão HahneMuhle 300g.

Clique para ampliar

PAREIDOLIAS, 2017.